impressão 3d

Impressão 3D é bem diferente no Brasil

Na maioria dos países do mundo, a especialidade é um complemento à serviços, como seria qualquer especialidade dentro de uma clínica odontológica.

No Brasil, mostra-se como um serviço/negócio à parte.

As barreiras comerciais nacionais, e as dificuldades financeiras, são fatores que impedem dentistas brasileiros de adquirirem os equipamentos de diagnósticos (tomógrafos e radiográficos) e, muitas vezes, até de prática clínica atual (escâneres intraorais, impressoras 3D e fresadoras).

Como a clínica de diagnóstico odontológico atende uma massa grande desses dentistas “capados” de recursos, acabam realizando o investimento nesses equipamentos e fornecendo como solução de negócio.

A verdade é que há muito tempo, as clínicas de radiologia odontológica brasileiras, são verdadeiros catalisadores do desenvolvimento clínico, e tecnológico das empresas odontológicas no país.

Investem para trazer as novidades, ensinam o uso e renovam esse ciclo nas próximas evoluções.

Não seria diferente, agora que as impressoras 3D aparecem para Odontologia…

As impressoras 3D na odontologia

A impressão 3D tem se demonstrado a maior novidade na nossa profissão, com potencial enorme de virar o próximo fotopolimerizador: item básico e essencial de qualquer consultório.

Muito além dos serviços atuais que podem oferecer atualmente, esses equipamentos dão margem à grandes transformações na profissão, sendo considerada uma tecnologia exponencial.

É só dar uma lida no artigo “A Odontologia e os 6Ds das tecnologias exponenciais” que escrevi recentemente.

Como toda nova tecnologia, a impressão 3D na odontologia, ainda precisa de alguns passos para que seja considerada de fácil acesso, ao ponto de estar presente no consultório do dentista.

São muitos tipos, marcas (muitas de fundo de quintal), e que têm utilidades variadas.

Isso ainda gera muita confusão na hora da decisão de compra, pelos early adopters (entenda o termo em “Você está no mar azul ou vermelho da Odontologia?”) que são, principalmente, gestores das clínicas radiológicas.

Abaixo vou expressar minha opinião quanto aos dois primeiros passos a serem dados.

Você pode discordar, sem problemas.

Comente sua discordância para todos saberem todos os pontos de vistas diferentes ao final deste artigo.

Primeiro passo: Escolher um nicho

O primeiro passo, é a escolha de um nicho de atuação por parte das radiologias.

Eu mesmo já pensei que seria interessante (e é mesmo, sob ponto de vista financeiro) atuar em todas as frentes da odontologia: ortodontia, estética, endo, implante…

Mas, o fato é que, nesse momento, é um esforço técnico e financeiro monumental, você ter todo tipo de insumos (resinas, principalmente) para atender todo mundo, e treinar sua equipe para tudo isso.

Eu, na Odonto.i Diagnósticos, ainda faço de tudo: das guias para implante, periodontia e endodontia, à alinhadores ortodônticos.

Mas, por mais bem treinada que minha equipe seja, vez ou outra, há uma troca de resina, uma impressão errada, algum equipamento parado por uso inadequado… E tudo isto custa MUITO CARO!

Claro, um early adopter paga o custo do pionerismo.

Mas, quando você (ao menos) começa atendendo uma ou poucas especialidades, você gasta menos: retrabalhos são reduzidos, seu esforço de treinamento de equipe é menor, a curva de aprendizado é mais regular, e você direciona o marketing para o mercado que você é mais destacado.

Segundo passo: Estruturar um setor CAD-CAM

Quando comecei essa nova jornada na clínica, há um ano, acreditava que poderia tocar negócios de forma simultânea: radiologia e laboratório 3D.

Foi até proveitoso e econômico no início: os pedidos eram escassos e eu, praticamente, fazia tudo no computador.

As minhas colaboradoras preparavam as impressões apenas.

Mesmo sem divulgação em massa, vi o volume de serviços de impressão aumentarem de um dia pro outro, e eu fiquei realmente sem tempo.

Atrasei serviços aos montes.

Nós, radiologistas, gostamos de botar a mão na massa.

Faz bem pro ego e pro bolso.

Mas, infelizmente (ou felizmente) nesse caso, é necessário pensar diferente: o CAD-CAM é demorado, ultra especializado, e NECESSITA de um setor exclusivo dentro da sua clínica.

Você pode estruturar de várias formas, mas eu destaco duas: uma com a equipe própria, e outra com a equipe parcialmente terceirizada.

Com um setor CAD-CAM próprio, você precisará contratar e treinar profissionais (geralmente dentistas) para realizar as tarefas de CAD (desenho de guias, alinhadores…), imprimir em 3D, realizar um pós-tratamento dessas impressões, empacotar e entregar o produto final.

Apesar de caro, se o seu mercado sinaliza utilizar os serviços 3D em volume, é a melhor alternativa na minha opinião.

Todo processo internalizado, geralmente tem mais controle de qualidade, prazos mais curtos e geram maior autoridade no assunto.

Com um setor CAD-CAM parcialmente terceirizado você perde em custos, mas não precisa se preocupar em treinar uma equipe ultra especializada.

A verdade, é que as pessoas são os ativos mais importantes de uma empresa, mas são os mais caros.

E em serviços ultra especializados, esse recurso é escasso, e mais caro ainda.

Depois do setor estruturado

Serviços como o da BDS – Beyond Dental Solutions, fazem de tudo em CAD-CAM, e não te deixam na mão: eles possuem uma equipe para todas as especialidades, cumprem prazos e entregam qualidade.

Com a parte difícil e custosa resolvida, resta à sua equipe imprimir e dar o acabamento ao produto final.

Nós, da radiologia odontológica, somos empreendedores natos.

Passamos por ondas comerciais e tecnológicas que mudaram a cara da odontologia: radiologia analógica, digital, tomografia e agora a revolução 3D.

Somos parte importante na democratização do acesso à essas tecnologias pelos cirurgiões-dentistas no Brasil e, consequentemente, pelos pacientes.

A oportunidade que surge com a impressão 3D, deve ser bem encaminhada e utilizada com muita responsabilidade para que isso chegue redondo aos profissionais.

Mesmo que a impressora 3D tenha a tendência de estar em todos consultórios em um futuro próximo, a tecnologia está sob nossa tutela atualmente, e devemos aproveitar esse momento para desenvolvê-la.

Até que surja a próxima onda…

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