medicina

Uma viagem ao panorama evolutivo da medicina

Atualmente, a Impressão 3D na Medicina está engatinhando, claro, perto do potencial que se pode alcançar.

Porém, seu impacto positivo já pode ser percebido.

Pensem comigo caros leitores, imaginem se Hipócrates, no ano de 377 a.C., em seu leito de morte, cogitou, que em um futuro distante, os médicos do presente momento, conseguiriam estruturar células, órgãos, e tecidos humanos, a partir de um equipamento eletrônico, junto à uma matéria-prima específica.

E posteriormente a sua produção, ser introduzida em nosso organismo, e convergir fisiologicamente conosco, sem ser repelida por nosso corpo.

Obviamente não né?!

Peguei um pouco pesado na analogia, mas apenas para lhes contextualizar, quanto a evolução ocorrida, e o quanto se pode alcançar com esta técnica proeminente, a Impressão 3D na Medicina.

Como funciona a impressão 3D na medicina

Em sua teoria parece simples, porém, de certa forma existe a parte prática de sua utilização.

Partindo do entendimento técnico, é considerado o processo de criação de algum objeto tridimensional, provindo de um registro digital.

Esta tecnologia pode produzir construções de finas camadas de material, uma por uma, até formas complexas, e dificilmente possíveis através dos métodos convencionais.

Outro benefício desta técnica, é o seu custo, que é relativamente baixo perto dos métodos usuais encontrados atualmente.

Devido ao fato, que as empresas de saúde podem obter o equipamento necessário para a produção destes objetos, em seu próprio espaço físico.

Realizando sua elaboração de forma prática e eficiente.

Mais um ponto positivo deste método, é quanto a sua precisão.

Hoje no mercado de saúde, as técnicas tradicionais de fabricação, incorrem remoções, cortes, perfurações de resíduos, e de extrações.

O que é simplesmente, o trabalho em que a impressão 3D evita.

Eliminando completamente o espaço para erros.

O mercado da impressão 3D na medicina atualmente

Analogamente falando, ou melhor, escrevendo…

Como eu escrevi anteriormente, em que a impressão 3D na medicina engatinha, foi a comparando a sua fase prematura, por conta de ainda estar em sua infância, e ter muito a evoluir.

Entretanto, o seu desenvolvimento, é uma disrupção de fronteiras, e uma grande porta para incalculáveis possibilidades em termos de integração da tecnologia com a saúde.

Com isso, os estudos e os debates, também aumentam quanto a acessibilidade, e sobre sua maneira de produção sustentável.

Hoje no mercado, uma grande fundação para se acompanhar de perto, é a NHS – University Hospitals Bristol. 

Um exemplo de incorporação da tecnologia na saúde.

Mas não apenas eles, outras organizações de saúde no mundo inteiro, estão em constante processo evolutivo.

E o setor só tem a crescer com isto. Contanto, que os direcionamentos estratégicos sejam bem planejados, e executados.

E quanto ao futuro da impressão 3D na medicina?

Um relatório realizado pela empresa Transparency Market Research, sobre o crescimento dos players no mercado, da demanda de produtos, e a sua fabricação, relativos a impressão 3D, é chamativo.

Atualmente, o cenário mundial da impressão 3D é competitivo demais.

Tudo devido, a grande quantidade de players que operam no setor de produção do material para impressões.

E a concorrência tende em se intensificar, por conta do amplo crescimento do mercado.

Assim, agora as empresas de mais renome, estão trabalhando para qualificar ainda mais os seus portfólios de produtos, e ampliar os seus horizontes geográficos, buscando agora o mercado mundial de impressão 3D, tendo em vista o diferencial competitivo, a sua qualidade.

Mas vamos aos números…

De acordo com os analistas especializados no assunto, em 2016, o calculo quanto ao crescimento do mercado de impressão 3D para o ano de 2025, era de US$7,3 bilhões.

Entretanto, as análises em 2018 se expandiram, de acordo com a previsão de crescimento atribuível à presença de uma CAGR de 18%.

Agora, o faturamento está calculado em US$32,2 bilhões para o ano de 2025. Falei que os números eram chamativos…

E o mercado só tende em crescer.

Cases envolvendo a impressão 3D na medicina

Muitos eventos envolvendo as impressões 3D na medicina, já foram realizados anteriormente.

Como podemos constatar no artigo escrito por Bertalan Meskó, um grande conhecedor sobre o futuro do mercado da medicina.

Muitos dos casos foram bem-sucedidos.

Porém, eu irei destacar apenas alguns, criando uma linha evolutiva sucessiva de eventos, com base em suas dificuldades de execução.

Então vamos a eles…

O novo rim de Pauline Fenton

O primeiro acontecimento que irei discorrer, é sobre o caso da Pauline Fenton, uma menina de 22 anos de idade.

Pauline convivia com uma doença renal terminal, e era totalmente dependente de diálise.

Quando esperava por um doador de rim, em um dos exames, foi confirmado que o seu pai William, era o doador vivo adequado para o transplante.

Contudo, percalços foram encontrados enquanto os exames passaram a ser realizados no doador.

Descobriram um cisco de potencial cancerígeno em seu rim.

E agora?

Um procedimento já considerado complexo, obteve um índice de classificação maior de dificuldade.

O processo correto a se seguir em uma ocasião como esta, primeiramente, era uma cirurgia adequada, a de remoção, no cisto do rim do pai de Pauline.

Para que assim, posteriormente a isso, pudesse prosseguir com o transplante.

Mas e o que fizeram os cirurgiões do Belfast City Hospital?!

A partir de uma tomografia computadorizada do rim de William, produziram uma réplica exata do órgão do doador em uma impressora 3D. Entretanto, este modelo replicado, não foi utilizado para transplante.

O rim impresso em 3D, teve serventia para que os cirurgiões averiguassem a extensão, e a localidade do tumor dentro do cisto.

Assim, a equipe cirúrgica pôde planejar com eficiência a cirurgia de remoção do tumor do paciente.

Considerando a melhor abordagem a se realizar, e os possíveis problemas que poderiam ser encontrados.

Para em seguida, realizar o transplante de William para Pauline.

O Hero Arm de Tilly Lockey

Uma menina de 13 anos de idade foi diagnosticada com Septicemia Meningocócica Cepa B, quando tinha apenas 15 meses de idade.

Quando ela foi levada ao hospital, o diagnóstico dela foi de nenhuma chance de sobrevivência.

Porém, os médicos estavam errados…

Depois de quase uma década, Tilly se fez notória, quando recebeu suas Hero Arms, as mãos criadas a partir de uma impressora 3D.

Esta ação foi considerada o primeiro teste clínico mundial de um novo tipo de prótese, na NHS em Bristol.

As mãos levaram apenas um dia para serem produzidas pela marca Open Bionics, e é dividida em quatro partes separadas, personalizadas para caber hermeticamente em cada paciente, neste caso no braço de Tilly, através de um equipamento digital de varreduras de imagens corporais.

Como funciona o Hero Arm, e quanto ele custou?

Alguns sensores ligados à pele, detectam os movimentos musculares do paciente, e assim, eles são usados para controlar as mãos, em movimentos de abrir e fechar os dedos.

As mãos biônicas custaram aproximadamente £ 5.000. Que comparado aos cerca de £ 60.000, o preço das próteses tradicionais disponíveis hoje no mercado, as com dedos controláveis, é um custo demasiadamente baixo.

Anteriormente ao Hero Arm, Tilly costumava utilizar mãos mioelétricas, ou como citadas, tradicionais.

Elas eram muito básicas, e podiam apenas, executar os movimentos de abrir e fechar as mãos.

Eram próteses criadas por meio de silicone, e feita com os moldes da mão de sua irmã mais velha.

Ou seja, bem ultrapassada.

Veja o vídeo abaixo, e conheça um pouco mais sobre a história de Tilly:

O caso do crânio da mulher não identificada

Este evento aconteceu em 2014, na Holanda, precisamente na  UMC Utrecht – University Medical Center Utrecht.

Onde foi realizado o primeiro transplante de crânio, utilizando material constituído através de uma impressora 3D.

A operação foi realizada em uma menina de 22 anos de idade, cujo a identidade não foi identificada.

Ela possuía uma condição rara, que fazia com que existisse um osso extra em seu crânio, que comprimia o seu cérebro.

O diagnóstico foi dado posteriormente a paciente se queixar de dores graves em sua cabeça.

Que primeiro começou a perder a sua visão, e depois seus controles de ações motoras.

A cirurgia foi realizada em extenuantes 23 horas, onde não removeram apenas parte do crânio.

Mas sim, a substituição quase integral do crânio desta jovem.

O que cirurgiões especialistas dizem, ser incomum.

A impressão em 3D, foi realizada pela empresa australiana Anatomics. 

Que através de uma tomografia computadorizada, entenderam o formato exato do crânio da jovem, para posteriormente imprimir uma cópia de acrílico personalizada de mesma dimensão da paciente, corrigindo o crescimento indesejado.

A operação foi um sucesso, e três meses depois ela retornou ao trabalho, sem cicatrizes visíveis, e sem os efeitos nocivos que sentia.

Observe os relatos de Dr. Bon Verweij, o cirurgião da menina:

“Costumávamos criar um implante à mão na sala de cirurgia usando uma espécie de cimento, mas esses implantes não tinham um ajuste muito bom”.

Disse também:

“Agora, essas peças podem ser precisamente criadas usando a impressão 3D personalizada. Isso não é apenas um benefício esteticamente muito grande, mas os pacientes geralmente têm uma função cerebral melhor comparada ao método antigo”.

Assista o vídeo abaixo onde os cirurgiões explicam a operação, ativem as legendas ocultas:

Atenção: Imagens fortes

O coração de Tel Aviv

Recentemente, em Jerusalém, na data de 15/4, cientistas da TAU – Tel Aviv University, conseguiram imprimir um coração vivo em 3D.

O processo foi realizado a partir de tecidos humanos retirados de um indivíduo.

O professor da universidade,Tal Dvir, ressalta que o coração está completo e palpitando, com células, vasos sanguíneos, ventrículos…

E afirma também que este transplante não corre riscos de rejeição por parte do organismo, devido os tecidos serem retirados do próprio paciente.

Tal Dvir, é o professor da TAU, que liderou a pesquisa publicada na Advanced Science. 

Ele realizou um feito sem precedentes na história humana.

O protótipo é básico, e ainda não pode ser transplantado para um humano.

O coração possui o tamanho de uma cereja, cerca de três centímetros. Porém, o seu desenvolvimento futuro pode ser complexo.

Até então, as células se contraem, mas ainda não bombeiam sangue.

De acordo com Tal Dvir, o procedimento se deu de acordo com:

“Realizamos uma pequena biópsia de tecido adiposo do paciente, removemos todas as células e as separamos do colágeno e de outros biomateriais, as reprogramamos para que fossem células-tronco e, então, as diferenciamos para que sejam células cardíacas e células de vasos sanguíneos”.

Agora o desafio é de evoluí-lo mais, buscando obter um coração que possa ser transplantado para um ser humano, se adequando a um organismo humano vivo.

Benefícios encontrados a partir desta técnica

Além de todos estes que foram citados ao  longo do artigo, em relação a salvar vidas, definição de imagens em 3D, praticidade e agilidade de produção, baixo custo de realização, e o grande potencial de desenvolvimento para o futuro.

Ainda podemos contextualizar esta técnica, ao aprendizado, isso mesmo, o aprendizado universitário.

A neurocirurgiã pediátrica, Giselle Coelho, defendendo sua tese de doutorado, “Uso de simuladores realísticos em neurocirurgia pediátrica”, desenvolveu um simulador realístico para neurocirurgia pediátrica.

Como assim?

Ela criou uma réplica de um recém nascido chamado Gigi, com peso e pele condizentes ao real.

Onde se pode realizar radiografias da “boneca”, equivalentes a uma radiografia humana.

Ela também aplicou o uso de um corante, que proporciona sangramentos no momento em que se realizam cirurgias.

E como isso ajuda no aprendizado?

Naturalmente, a utilização de cadáveres em universidades para o dissecação, vão diminuir, devido ao desenvolvimento da tecnologia capaz de reproduzir com extrema qualidade, um determinado fragmento corporal, ou mesmo um bebê que adquiriu uma patologia específica, que pode ser operado por alunos, como se estivessem em uma cirurgia de um indivíduo vivo.

Os modelos replicados, possuem variações anatômicas, tecidos e órgãos diferentes, e são todos impressos em 3D.

Projetando uma imersão total à medicina, isso para quem ainda está aprendendo é fantástico.

Bom, é isso, espero que tenham gostado caros leitores, quaisquer dúvidas ou perguntas, usem o quadro de comentários abaixo para nos comunicarmos, grande abraço, e até o próximo artigo!

Inscreva-se em nossa newsletter

Não perca as nossas novidades